quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Autismo e preconceito

Uma sociedade que ainda não aceita o diferente

A sociedade de uma forma geral comporta um número infinito de diferenças. A Síndrome do Espectro Autista é mais uma delas e se caracteriza pela dificuldade na interação social e presença de comportamentos repetitivos e estereotipados (saiba mais).
Poucas décadas atrás, a Síndrome do Espectro Autista, a Síndrome de Down e tantas outras viviam isoladas dentro das casas, escondidas da sociedade. Não existiam diagnósticos ou tratamentos. Felizmente, hoje a realidade é outra. O “estranho” está no supermercado, na livraria, no parque ou talvez sejamos nós.
Ao conversar com as famílias de autistas, descobrimos que além da luta pelo diagnóstico, tratamento, educação, etc. existe outra batalha a vencer: o preconceito. Percebemos que, apesar desse convívio com a diversidade, o cidadão ainda rejeita o “diferente”. Não busca conhecer, tão pouco compreender o outro. E essa busca por reconhecimento e aceitação é mais uma luta das famílias e parceiros das mais diversas causas.
O dia-a-dia da mãe de um autista é bem intenso. Aquelas atividades comuns, como andar de ônibus, brincar no parque ou ir ao supermercado podem ser tornar um desafio para seus filhos, que têm receio de lugares diferentes e cheios de pessoas desconhecidas ou desagradáveis para elas, que precisam lidar com os olhares de rejeição e acusação de outros tantos desconhecidos.
Karen Rozane Scheer, mãe do Pedro - de 12 anos - que já sofreu preconceito (inclusive dentro do próprio condomínio onde mora) explicou: “eu não me escondo e não escondo o meu filho, mas vou te dizer que a sociedade é cruel, ela é preconceituosa... As pessoas não estão preparadas, então a gente tem que preparar elas”. Karen também é diretora da AMPARHO (Associação de Amigos, Mães e Pais de Autistas e Relacionados com Enfoque Holístico) criada por um grupo de pais que buscava se apoiar na luta pelos direitos dos seus filhos, além de amparar uns aos outros e aos “novos pais” de autistas.
Talvez você até conheça o autismo, provavelmente através do pouco contato que teve o primo distante daquele vizinho com quem você pouco conversa. Mas amanhã ele pode estar bem mais próximo do que você imagina. Então, por que resistir? Não devemos evitar esse debate.
A conscientização não é algo que surge com naturalidade. Não decorrerá de um lapso involuntário, mas sim de estudo, da busca pela informação. O mínimo que o “cidadão comum” deve fazer é buscar informações sobre essa e outras condições. Esse pouco conhecimento, ainda mais se compartilhado, poderá evitar uma série de injustiças e cenas preconceituosas.
A psicóloga Lilian Rocha Gomes Tavares, que também é mãe de Luiza, comentou sobre o assunto e resumiu para nós, de forma simples, o que devemos refletir sobre o tema.










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