Uma sociedade que ainda não aceita o
diferente
A sociedade de uma forma
geral comporta um número infinito de diferenças. A Síndrome do Espectro Autista
é mais uma delas e se caracteriza pela dificuldade na interação social e presença
de comportamentos repetitivos e estereotipados (saiba mais).
Poucas décadas atrás,
a Síndrome do Espectro Autista, a Síndrome de Down e tantas outras viviam
isoladas dentro das casas, escondidas da sociedade. Não existiam diagnósticos ou
tratamentos. Felizmente, hoje a realidade é outra. O “estranho” está no supermercado,
na livraria, no parque ou talvez sejamos nós.
Ao conversar com as
famílias de autistas, descobrimos que além da luta pelo diagnóstico, tratamento,
educação, etc. existe outra batalha a vencer: o preconceito. Percebemos que, apesar
desse convívio com a diversidade, o cidadão ainda rejeita o “diferente”. Não busca
conhecer, tão pouco compreender o outro. E essa busca por reconhecimento e aceitação
é mais uma luta das famílias e parceiros das mais diversas causas.
O dia-a-dia da mãe de um
autista é bem intenso. Aquelas atividades comuns, como andar de ônibus, brincar
no parque ou ir ao supermercado podem ser tornar um desafio para seus filhos, que
têm receio de lugares diferentes e cheios de pessoas desconhecidas ou desagradáveis
para elas, que precisam lidar com os olhares de rejeição e acusação de outros
tantos desconhecidos.
Karen Rozane Scheer, mãe do Pedro - de 12 anos - que já sofreu preconceito (inclusive dentro
do próprio condomínio onde mora) explicou: “eu não me escondo e não escondo o
meu filho, mas vou te dizer que a sociedade é cruel, ela é preconceituosa... As
pessoas não estão preparadas, então a gente tem que preparar elas”. Karen
também é diretora da AMPARHO (Associação de Amigos, Mães e Pais de Autistas e Relacionados
com Enfoque Holístico) criada por um grupo de pais que buscava se
apoiar na luta pelos direitos dos seus filhos, além de amparar uns aos outros e
aos “novos pais” de autistas.
Talvez você até conheça o
autismo, provavelmente através do pouco contato que teve o primo distante
daquele vizinho com quem você pouco conversa. Mas amanhã ele pode estar bem mais
próximo do que você imagina. Então, por que resistir? Não devemos evitar esse
debate.
A conscientização não é
algo que surge com naturalidade. Não decorrerá de um lapso involuntário, mas
sim de estudo, da busca pela informação. O mínimo que o “cidadão comum” deve
fazer é buscar informações sobre essa e outras condições. Esse pouco
conhecimento, ainda mais se compartilhado, poderá evitar uma série de
injustiças e cenas preconceituosas.
A psicóloga Lilian Rocha
Gomes Tavares, que também é mãe de Luiza, comentou sobre o assunto e resumiu para
nós, de forma simples, o que devemos refletir sobre o tema.
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